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MULHERES DENUNCIAM AMBULANTE POR AGRESSÃO E AMEAÇAS EM ÔNIBUS DE SALVADOR: ‘TRAUMATIZANTE’

Mulheres denunciam ambulante por agressão e ameaças em ônibus de Salvador: ‘Traumatizante’

Um ambulante que aborda passageiras em ônibus de Salvador e tenta vender docinhos. Ao ser ignorado, começa a gritar e a xingar. Alguma mulher é escolhida para ser a vítima de agressão física. Este é o modus operandi de um homem chamado popularmente de “Maníaco dos ônibus”, denunciado por diversas mulheres ao CORREIO. Há depoimentos que incluem xingamentos, socos e até facadas. 

A identidade do suspeito não foi confirmada pela polícia, no entanto, as vítimas contam que sua zona de atuação sempre é a mesma, em coletivos da capital baiana que rodam, sobretudo, na Cidade Baixa. Há depoimentos de vítimas na Ribeira, Nazaré, Campo Grande, Av. San Martin. Av. Tancredo Neves e Cabula.

Uma das vítimas, que pediu para não ser identificada por medo de retaliação, conta que o homem usou um objeto cortante e furou a mão dela. A ação aconteceu quando ele entrou no ônibus para vender a mercadoria e a mulher não realizou a compra.

“Ele perfurou meu dedo. Cortou meu polegar. Foi profundo. Na hora, o sangue começou a jorrar. Ele olhou firme para mim e foi sentar no fundo do ônibus. Eu fiquei desesperada, meu dedo não parava de sangrar. Fui atrás do cobrador denunciar e ele me disse: ‘Minha filha, pode se sentar perto de mim, esse rapaz já tem essa prática há muito tempo’. Chorei muito, o caminho todo. Foi traumatizante”, relembra.

A mulher chegou a ir até uma delegacia prestar queixa, no entanto, diz que foi desestimulada a abrir um Boletim de Ocorrência (B.O), pois não tinha imagens do ataque, nem o nome do suspeito. O caso aconteceu em 25 de outubro de 2023, mas voltou à tona após repercutir novas denúncias sobre o suspeito nas redes sociais. Uma manifestação foi marcada para a manhã desta segunda-feira (6) na Estação Acesso Norte, mas teve pouca adesão.

Foi registrado um B.O sobre a situação na 11ª Delegacia (Tancredo Neves). O caso, também ocorrido em 2023, é investigado como ameaça. As vítimas contam que o homem “desaparece” por algumas semanas depois do ataque e, após um tempo, surge com o mesmo comportamento. 

“Fiquei muito triste. Por muitos meses não consegui pegar um ônibus. Só de pensar eu começava a chorar. Quando vi essa semana os vídeos que estão circulando, voltou tudo à tona”, desabafa uma das denunciantes. 

Em nota, a Integra informou que não concorda com ambulantes nos ônibus. “Eles invadem o espaço e [nós] não temos poder de polícia”, disse. Apesar do posicionamento, a empresa informou que não tem conhecimento dos casos. 

Procurada, a Polícia Civil não se pronunciou sobre as denúncias até a última atualização da matéria. A Polícia Militar disse que, de acordo com o Batalhão Gêmeos, a unidade não foi acionada, mas, se houver informações sobre o acusado, é possível ligar imediatamente para o 190 ou o disque denúncia, através do número 181.