MARIDO DE DELEGADA INVESTIGADA NA OPERAÇÃO FAROESTE INTEGRA LISTA TRÍPLICE PARA VAGA DE DESEMBARGADOR DO TJ-BA
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) formou a lista tríplice para o preenchimento da vaga de desembargador na Corte. Dentre os nomes está Ricardo Dourado, marido de Gabriela Macedo, delegada investigada pela Operação Faroeste.
Gabriela era chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública (SSP), quando a Operação Faroeste eclodiu. Em 2020, a PF deflagrou as 6ª e 7ª fases da operação, e, com a repercussão do caso, o Governo do Estado exonerou o então secretário Maurício Barbosa.
A vaga é reservada pelo Quinto Constitucional, ou seja, destinada para integrantes do Ministério Público. O TJ-BA escolheu os seguintes nomes: Adriani Vasconcelos Pazelli, com 36 votos, Ricardo Regis Dourado, com 33, e Nivaldo dos Santos Aquino, com 31. A lista elaborada segue como indicação para o governador Jerônimo Rodrigues (PT) escolher um nome para a vaga.
A aposentadoria compulsória da desembargadora Ilona Márcia Reis, em desdobramentos da Operação Faroeste, abriu este espaço. A magistrada foi denunciada pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Nova tentativa:
Essa não é a primeira vez que Ricardo Dourado tenta chegar ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Em dezembro de 2019, dias depois da primeira fase da Operação, o nome do procurador figurou entre os seis indicados para a vaga. Essa lista sêxtupla foi formulada pelo Conselho Superior do Colégio de Procuradores de Justiça do MP-BA.
Apesar disso, com o noticiário da Faroeste repercutindo, Dourado não se manteve no topo ao fechar a lista tríplice. Assim, seguiram para a seleção, do então governador Rui Costa (PT), os seguintes nomes: Adriani Vasconcelos Pazelli, com 34 votos, Geder Luiz Rocha Gomes, com 28 votos, e Nivaldo dos Santos Aquino, com 22 votos.
Ao final, o governador decidiu por Geder Luiz Rocha, que assumiu o posto da mais alta Corte.
Gabriela Macedo:
O Governo da Bahia exonerou Gabriela, que não retornou mais ao cargo na Secretaria de Segurança Pública. Apesar disso, tanto Barbosa, quanto Gabriela, voltaram ao cargo de delegados.
Assim, o nome deles entrou no radar da investigação, em especial após depoimento do delegado da Polícia Civil, Jorge Figueiredo. Na sua fala, Figueredo afirmou que Barbosa e sua chefe de gabinete solicitaram a instauração de uma investigação contra adversários do grupo. Uma dessas forças-tarefas foi a Operação Fake News, em que a Polícia Civil investigou pessoas que elaboraram um panfleto em que estabelecia a relação do empresário Adailton Maturino com os desembargadores.